Excelentissimo senhor governador,
Entendemos a necessidade de uma postura austera na condução das finanças públicas. Acreditamos, como o senhor, que o Estado não existe para trazer o paraíso para a terra, mas para nos manter longe do inferno.
Concordando que Estado deve ser, portanto, pequeno.
Compreendemos não ser miúdo o Estado cuja folha de pagamento da Força Pública custe mais para manter aposentados do que servidores ativos.
Distorções previdenciárias decorrentes da maior longevidade das pessoas deveriam e foram corrigidas nas mudanças legislativas e estatutárias recentes, de vosso governo. Hoje o Policial Militar trabalha mais e averba menos tempo para se aposentar, quando se aposenta.
Os benefícios decorrentes do tempo de serviço deixam o militar antigo e veterano em situação menos gravosa que aquele nos primeiros anos de caserna.
É em relação a esses últimos que a galopante inflação mais oprime e preocupa, sendo para ele insuficiente uma recomposição de perdas de 10 por cento em ano que a gasolina já subiu 23 e o quilo de cenoura beira os 11 reais.
O medo de faltar o leite, o pão e a gasolina é que motivou e manteve a espontânea operação legalidade estrita, que trouxe a crise para o Estado mais seguro do país. Jamais a omissão ou a falta de desejo em servir e proteger.
Existe um sagrado pacto entre gerações de policiais militares que defende a permanência de paridade salarial e integralidade nos proventos. Mas, como nenhum valor jurídico, ele não é absoluto. Tanto assim que os abonos fardamentos concedidos pelo senhor recentemente não atingem, por óbvio, os inativos.
Nessa Seara, informo ao senhor que, talvez por falta de comunicação, diálogo ou assessoria, conceder auxílio alimentação para o servidor civil da PM sem estender ao soldado é um equívoco facilmente corrigível e capaz de, por si só, colocar termo ao impasse que todos desejam ver inumado.
A maioria dos militares concorda com a concessão de um auxílio, horizontal, capaz de garantir, ainda que momentaneamente, a dignidade do servidor menos graduado.
Nessa Seara, solicitamos ao senhor a concessão de auxílio alimentação, nos moldes como foi aprovado para os servidores civis, para todos os militares da ativa.
O custo para os cofres públicos é pouco relevante, uma vez que não remunera o militar aposentado, de férias, de licença ou de folga; e socorre quem precisa de um fôlego nas contas de casa de forma mais imediata.
Essa é a voz da maioria dos militares. Não desejamos abonos que depreciem de forma significativa os proventos da inatividade. Não queremos periculosidade ou insalubridade. Mas entendemos a necessidade da extensão do auxílio alimentação para socorrer os mais recrutas e menos graduados, e encerrarmos o impasse.
É possível. É viável! E está nas mãos do senhor.
Obrigado.
Luis Augusto Mendes Machado de Souza, o Sargento Mendes.
"Quem estará nas trincheiras ao seu lado?
E isso importa?
Mais do que a própria guerra."
Ernest Hemingway.
1 Comentários
Conheço esse sargento aí. Cara diferente...
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