'GALÃS" DA PRISÃO


A maioria das mulheres sonha com um príncipe encantado. Um homem carinhoso, respeitoso e que cuide da família com amor. Mas nem todas são assim. Retrato disso é o sucesso que detentos como Frederico Flores, de 35 anos, Marcos Antunes Trigueiro, de 33, e Bruno Fernandes, de 26, fazem na cadeia. Acusados de crimes hediondos, dois deles contra mulheres, eles recebem cartas de dezenas de fãs apaixonadas que chegam a propor namoro e até casamento.
Trigueiro, o maníaco de Contagem, roubou, estuprou e matou cinco mulheres. Flores é acusado de extorquir, torturar, matar e decapitar dois empresários. O goleiro Bruno é acusado de matar Eliza Samudio por não querer assumir a paternidade do filho dela. Os três estão presos na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte e colecionam fãs.
Bruno é o campeão das correspondências e chegou a receber centenas de cartas por mês. O número de cartas do maníaco e de Flores não foi repassados, mas estima-se que eles colecionem dezenas ao mês.
"Meu cliente é um homem bonito. Isso atraí muitas mulheres. Elas escrevem falando que se apaixonaram e que querem casar com ele", disse o advogado Rodrigo Bizzotto, defensor do maníaco de Contagem. No caso de Flores, elas estariam interessadas em sua inteligência. "As mulheres falam que ele é inteligente, que querem ficar com ele", disse o defensor Zanone Oliveira.
Visitas íntimas
Mesmo com todo o assédio, descrito pelos advogados dos presos, nenhum deles teria tido contato físico com as pretendentes. Bruno e Trigueiro receberam apenas a noiva e mulher, respectivamente. "De uma forma curiosa, o Marcos (maníaco) se considera fiel a sua mulher. Diz que, tirando os estupros, nunca traiu a mulher" contou Bizzotto. Os dois continuam juntos. "Rose o visita frequentemente. E lhe pediu que não recebesse as correspondências, senão ela larga ele", continuou o advogado.
A Secretaria de Estado de Defesa Social chegou a confirmar o envio das correspondências, mas voltou atrás na noite de ontem e disse que não havia confirmação da existência das cartas.
Maníaco
Francisco de Assis Pereira, que ficou conhecido como "Maníaco do Parque, acusado de torturar, violentar e matar oito jovens entre 1997 e 1998, se casou no presídio, em 2005, com uma catarinense com quem trocou cartas por três anos.

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