Dois pms foram presos ontem suspeitos de repassar informações privilegiadas para uma organização criminosa que explorava jogos de azar em Belo Horizonte e em pelo menos outras sete cidades da região metropolitana da capital. Um dos militares é um major que recebia cerca de R$ 5.000 para assegurar a operação da quadrilha. O “salário” extra recebido pelo sargento não foi divulgado. Os militares informavam para o grupo quando a Polícia Militar (PM) iria realizar operações contra os jogos de azar nas áreas comandadas pela quadrilha Além disso, a dupla participava de operações contra casas de jogos de azar “concorrentes”. A quadrilha desarticulada ontem já atuava há cerca de dez anos.
Além dos militares, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPMG e a PM prenderam outros seis homens durante a operação Camaleão. Dois são irmãos e chefes da organização, e os outros quatro são considerados gerentes do esquema. Onze mandados de busca e apreensão também foram cumpridos, conforme a procuradora Cássia Virgínia Gontijo. O nome dos presos não foram divulgados para não atrapalhar as investigações. “Em uma busca em um escritório de contabilidade dessa organização criminosa, constatamos que só no mês de maio, a arrecadação foi em torno de R$ 480 mil”, informou.

“Nós temos o líder que atua e comanda Belo Horizonte e região metropolitana, um outro irmão que atua na região de Igarapé, São Joaquim de Bicas, Sarzedo e região. E um outro que explora Betim”, detalhou a procuradora.
Denúncia
As investigações começaram há seis meses depois que a corregedoria da Polícia Militar recebeu uma denúncia de que um oficial estaria “prestando serviços” para a organização criminosa. No decorrer das apurações, ficou configurado que um sargento também fazia parte do esquema. A intenção do Ministério Público, segundo Cássia, era chegar nos líderes do grupo. As ações ocorreram em junho, julho e em agosto. Cem máquinas caça-níqueis foram apreendidas durante as apurações do Gaeco. Só ontem, 65 policiais militares e dois membros do Gaeco participaram da operação Camaleão.
Em julho, foram apreendidos documentos e cerca de R$40 mil em um escritório do grupo em Betim. “Por uma estratégia de investigação, foram deflagradas operações em determinados lugares e momentos para que a gente pudesse conhecer efetivamente como era a ação dessa organização criminosa e a amplitude de atuação dela”, detalhou a representante do MPMG.
As investigações continuam com o objetivo de descobrir se há outros agentes públicos e demais suspeitos envolvidos no esquema criminoso. Na sequência, o MPMG vai oferecer uma denúncia contra o grupo na Justiça.
FONTE JORNAL O TEMPO
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