Circula por páginas do Facebook um vídeo que pode aborrecer aquele cidadão “revoltado com tudo que está aí” e que vive a repetir o clichê “bandido bom é bandido morto”.
Capixaba, Do Val é mestre em aikidô e fundador do Cati (Center for Advanced Tactical Immobilization), empresa de treinamento policial. No site constam como clientes unidades da Swat, FBI e forças policiais da Itália, entre outras, bem com uma lista de cursos voltados para civis e agentes da lei.
O título de “membro honorário da Swat no Texas”, o currículo e as frequentes aparições na mídia deram a ele status de pop star. Sua página no Facebook, onde ele anuncia cursos, equipamentos e compartilha vídeos de ações policiais ao redor do mundo tem mais de 2,8 milhões de seguidores.
É o tipo de persona que faz o autointitulado “cidadão de bem pagador dos impostos” ficar com palpitações e olhos brilhantes. Há quem o considere salvador da pátria, como o internauta que fez o seguinte apelo na página:
“Marcos Do Val, um apelo de um dos Brasileiros desesperados de pais em decadência , o senhor poderia pelo amor de deus c candidatar presidente do pais e ajeitar isso que esse incompetentes fizeram com nosso pais q um dia ja foi legal morar no mesmo , por favor ajude-nos….!”.
Qual seria a reação desse cidadão ao ver Do Val desconstruindo um dos principais chavões da turma conservadora e belicosa, a ideia de que a solução da criminalidade está na execução dos infratores?
“Nós temos que parar de falar que bandido bom é bandido morto aqui no Brasil. Quando a gente fala isso a gente está dando carta branca para os maus policiais agirem, e quando os maus policiais acabam agindo a sociedade que falou que bandido bom é bandido morto é a mesma que critica a ação violenta da polícia e quando o bandido sabe que a polícia vai chegar com o intuito de matá-lo eles vão trocar tiro, aí vai ter bala perdida, vai ter a sociedade que vai sofrer com isso. Então bandido bom é o bandido preso e condenado, então se a gente quer uma segurança pública de qualidade no Brasil vamos exigir que a legislação seja alterada e a punição seja firme e a gente não tenha essa sensação de impunidade que tem aqui no Brasil”.
É verdade que Do Val cai em outro clichê quando chama a legislação de leniente. No programa, ao comentar sobre a atuação de grupos de defesa dos direitos humanos, ele disse que a imprensa enaltece os bandidos.
Mesmo com esse pensamento, vestido de Rambo e no sofá de um dos apresentadores mais retrógrados da televisão nacional, Do Val defendeu o uso da técnica e da legalidade no combate ao crime, deixando o julgamento dos suspeitos para os órgãos competentes.
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