Muitas pessoas nos enviaram uma notícia publicada recentemente relatando um suposto “recall” de 98 mil armas pelas Forjas Taurus, especificamente no modelo 24/7 vendido a diversas Polícias Militares no Brasil. Achei estranho, pelos seguintes motivos:
Primeiro: Esse era um boato muito velho, já havia se falando isso há meses entre os atiradores.
Segundo: Eu já havia testado diversas 24/7, inclusive da própria Polícia Militar, e nenhuma havia apresentado os problemas relatados (rajada), por mais que eu insistisse. Afinal, se alguém tivesse uma pistola que, por defeito, estivesse disparando rajadas, eu seria o primeiro a fazer uma oferta de compra.
Terceiro: Onde estão os feridos, onde estão as outras 97.999 armas com rajada, onde estão os incidentes de tiro? Por que a Taurus não se manifestou?
Em primeiro lugar, cabe frisar, antes que alguém levante a hipótese, que a DEFESA.ORG não recebe nenhum centavo das Forjas Taurus nem de nenhuma outra empresa do setor, infelizmente! Assim, não temos nenhum vínculo profissional ou financeiro com essas empresas e, portanto, não temos interesse em divulgar nada que favoreça qualquer empresa em detrimento de outra. Apenas desejamos ver esclarecida uma história muito mal contada pela mídia.
Se você não viu a matéria original, assista agora clicando aqui.
Conforme o profissional no vídeo aponta, a origem dos problemas nestas armas parece estar ligada não ao projeto ou ao fabricante, mas às péssimas condições de manutenção e à desmontagem/montagem por pessoal não capacitado. Informamos por diversas vezes no site que a desmontagem das armas acima do primeiro escalão só deve ser feita por armeiro capacitado, exatamente para evitar este tipo de problemas. Isso se aprende em curso básico de tiro, assim como a testar o armamento todas as vezes antes de ir para a rua.
Então, vamos a algumas considerações sobre o ocorrido:
1. A Taurus não vai fazer recall de 98 mil armas. Por que a notícia afirma isso? Qual é a fonte dessa notícia?
2. Por que essa notícia só foi veiculada exatamente agora, se os problemas, de acordo com o próprio militar apresentado, acontecem desde 2011?
3. Por que as matérias do SBT e do R7 são tão distantes quanto às afirmações? Embora as unidades federadas sejam diferentes, a arma é exatamente a mesma, não é?
4. A quem interessa publicar uma notícia que faz parecer que as armas são ferramentas perigosíssimas e que podem – facilmente – causar acidentes?
5. No caso da reportagem da R7, se o próprio militar disse que as falhas foram causadas pela má manutenção, por que a conclusão do vídeo tenta levar os entrevistados a dizerem que as armas são perigosas?
O objetivo deste artigo não é defender ou acusar a Taurus, mas sim colocar em cheque algumas afirmações que vêm sendo feitas e repetidas até mesmo por atiradores considerados “experientes”.
As perguntas permanecem sem resposta – apesar das muitas especulações sem provas -, mas talvez agora o leitor possa refletir melhor sobre o que vem acontecendo por trás das cortinas do jornalismo brasileiro.
Pense bem, não seja a massa de manobra.
fonte DEFESA.ORG
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