A polícia militar, pela natureza do trabalho, expõe o profissional a
constantes desgastes físico, mental e emocional em sua prática profissional diá-
ria.
A atuação em ambiente desumano, complexo e hostil estão entre os fatores
que contribuem para este fenômeno (Portella, Bugay, 2007; Dourado, 1993; Zuluar,
1997).
A convivência diária com a injustiça social, violência urbana e, sobretudo,
com o risco de matar ou morrer no atendimento a ocorrências, influencia
consideravelmente o comportamento, as decisões e a forma de ver, ouvir e entender
as realidades da vida (Silva, Vieira, 2008).
Entretanto, o policial não é o único que sofre as conseqüências do es-
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CONEXÃO
tresse provocado pelo seu trabalho (Finn, 1997).
No ambiente familiar, o membro
da corporação militar tende a desligar as emoções em relação a sua família
e é levado a um processo de afastamento e procura de relações fora de casa. Na
rua, alguns podem extravasar suas frustrações sobre os cidadãos tornando-se
arbitrários, agressivos e grosseiros (Portela, Buagy, 2007; Romano, 1989).
Alguns estudos apontam o estresse e outros problemas emocionais ligado
ao policial militar como sendo um dos responsáveis pelo alto índice de suicídio,
divórcio e alcoolismo no meio Policial (Silva, Vieira, 2008; Portella,Bugay,
2007; Finn, 1997).
Selye (1996), afirma, com efeito, que o trabalho Policial é uma das ocupações
mais estressantes quando comparado a outras atividades, sendo que os
policiais apresentam diversas doenças relacionadas ao estresse da prática profissional.
Em pesquisa realizada foi verificado que, dentre 149 profissões estudadas
apenas 10 excediam a Policial em doenças do coração, diabetes, insônia,
suicídio e outras relacionadas com o estresse (Farias, 1998).
No trabalho diário, o policial encontra alta taxa de adrenalina estando
sempre preparado para agir.
À medida que aumenta o nível de tensão, aumenta
também o nível de vigilância e de expectativa, passando a estar pronto para
agir a qualquer instante de maneira enérgica.
O profissional vive sob pressão
constante e em conseqüência, sofre alteração no seu padrão normal de pensar e
agir, além de apresentar dificuldades para estabelecer prioridades ocasionando
sensações de hesitação, visão estreita, raciocínio confuso e ilógico que passam
a fazer parte do seu dia a dia (Portela, Bugay, 2007; Farias, 1998, Besse, 1995).
Em matéria intitulada na revista “Isto É” (09-08-95), “Os campeões da
neurose”, segundo a revista, estudos feitos pelo instituto de Ciências e Tecnologia
da Universidade de Manchester na Inglaterra, apontam a profissão policial
como a segunda mais estressante do mundo.
Sérgio Lopes Santana Alini
Daniéli Viana Sabino
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