O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta sexta-feira (6) a lista dos 48 políticos que aparecem nas investigações da operação Lava Jato. Entre os citados pelo procurador geral Rodrigo Janot, estão os nomes de dois mineiros: o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) e o deputado federal Luiz Fernando Faria (PP). Além deles, estão o ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL), presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). O STF também decidiu levantar o sigilo dos processos.
Até o momento, apenas Antonio Anastasia e Fernando Collor tiveram o inquérito instaurado. Os outros nomes estão em fase de instalação e diligência (ato preparatório para abrir o inquérito, já autorizado). A aceitação do inquérito não significa culpa. Somente após as investigações e o processo no STF, os acusados serão inocentados ou condenados por eventuais crimes.
Seis processos tiveram os pedidos arquivados: um que inclui Ciro Nogueira (PP-PI) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), um processo de Romero Jucá (PMDB-RR), um de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o de Alexandre Santos (PMDB-RJ), o processo de Aécio Neves (PSDB-MG) e um de Delcídio Amaral (PT-MS). Nos casos de Nogueira, Ribeiro, Jucá e Delcídio, eles não estão livres de investigação, já que outros inquéritos foram autorizados para investigá-los.
A Procuradoria Geral da República (PGR) afirmou que não tinha competência para investigar Dilma Rousseff (PT).
Dois inquéritos contra Cândido Vaccarezza foram remetidos à primeira instância. O inquérito contra Antonio Palocci também retornou à primeira instância. Pizzolatti Jr e Pedro Correa tiveram um dos inquéritos enviados à Justiça Federal e outros ficaram no STF.
Confira todos os nomes:
PP
- Senador Ciro Nogueira (PI)
- Senador Benedito de Lira (AL)
- Senador Gladson Cameli (AC)
- Deputado Aguinaldo Ribeiro (PB)
- Deputado Simão Sessim (RJ)
- Deputado Nelson Meurer (PR)
- Deputado Eduardo da Fonte (PE)
- Deputado Luiz Fernando Faria (MG)
- Deputado Arthur Lira (AL)
- Deputado Dilceu Sperafico (PR)
- Deputado Jeronimo Goergen (RS)
- Deputado Sandes Júnior (GO)
- Deputado Afonso Hamm (RS)
- Deputado Missionário José Olímpio (SP)
- Deputado Lázaro Botelho (TO)
- Deputado Luis Carlos Heinze (RS)
- Deputado Renato Molling (RS)
- Deputado Renato Balestra (GO)
- Deputado Roberto Britto (BA)
- Deputado Waldir Maranhão (MA)
- Deputado José Otávio Germano (RS)
- Ex-deputado e ex-ministro Mario Negromonte (BA)
- Ex-deputado João Pizzolatti (SC)
- Ex-deputado Pedro Corrêa (PE)
- Ex-deputado Roberto Teixeira (PE)
- Ex-deputada Aline Corrêa (SP)
- Ex-deputado Carlos Magno (RO)
- Ex-deputado e ex-vice governador João Leão (BA)
- Ex-deputado Luiz Argôlo (BA) (filiado ao Solidariedade desde 2013)
- Ex-deputado José Linhares (CE)
- Ex-deputado Pedro Henry (MT)
- Ex-deputado Vilson Covatti (RS)
- Senador Benedito de Lira (AL)
- Senador Gladson Cameli (AC)
- Deputado Aguinaldo Ribeiro (PB)
- Deputado Simão Sessim (RJ)
- Deputado Nelson Meurer (PR)
- Deputado Eduardo da Fonte (PE)
- Deputado Luiz Fernando Faria (MG)
- Deputado Arthur Lira (AL)
- Deputado Dilceu Sperafico (PR)
- Deputado Jeronimo Goergen (RS)
- Deputado Sandes Júnior (GO)
- Deputado Afonso Hamm (RS)
- Deputado Missionário José Olímpio (SP)
- Deputado Lázaro Botelho (TO)
- Deputado Luis Carlos Heinze (RS)
- Deputado Renato Molling (RS)
- Deputado Renato Balestra (GO)
- Deputado Roberto Britto (BA)
- Deputado Waldir Maranhão (MA)
- Deputado José Otávio Germano (RS)
- Ex-deputado e ex-ministro Mario Negromonte (BA)
- Ex-deputado João Pizzolatti (SC)
- Ex-deputado Pedro Corrêa (PE)
- Ex-deputado Roberto Teixeira (PE)
- Ex-deputada Aline Corrêa (SP)
- Ex-deputado Carlos Magno (RO)
- Ex-deputado e ex-vice governador João Leão (BA)
- Ex-deputado Luiz Argôlo (BA) (filiado ao Solidariedade desde 2013)
- Ex-deputado José Linhares (CE)
- Ex-deputado Pedro Henry (MT)
- Ex-deputado Vilson Covatti (RS)
PMDB
- Senador Renan Calheiros (AL), presidente do Senado
- Senador Romero Jucá (RR)
- Senador Edison Lobão (MA)
- Senador Valdir Raupp (RO)
- Deputado Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara
- Deputado Aníbal Gomes (CE)
- Ex-governadora Roseana Sarney (MA)
- Senador Renan Calheiros (AL), presidente do Senado
- Senador Romero Jucá (RR)
- Senador Edison Lobão (MA)
- Senador Valdir Raupp (RO)
- Deputado Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara
- Deputado Aníbal Gomes (CE)
- Ex-governadora Roseana Sarney (MA)
PT
- Senadora Gleisi Hoffmann (PR)
- Senador Humberto Costa (PE)
- Senador Lindbergh Farias (RJ)
- Deputado José Mentor (SP)
- Deputado Vander Loubet (MS)
- Ex-deputado Cândido Vaccarezza (SP)
- Ex-ministro Antônio Palocci (SP) - será julgado pela primeira instância
- Senadora Gleisi Hoffmann (PR)
- Senador Humberto Costa (PE)
- Senador Lindbergh Farias (RJ)
- Deputado José Mentor (SP)
- Deputado Vander Loubet (MS)
- Ex-deputado Cândido Vaccarezza (SP)
- Ex-ministro Antônio Palocci (SP) - será julgado pela primeira instância
Mineiros não se posicionam
O senador e ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), não vai se pronunciar sobre a presença de seu nome na lista de políticos que serão investigados na operação Lava Jato, nesse primeiro momento.
Procurado pela reportagem de O TEMPO, o senador informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai esperar que os seus advogados tomem conhecimento sobre os motivos da abertura de inquérito, para então fazer uma declaração oficial.
A reportagem tentou contato com o deputado Luiz Fernando Faria, mas os celulares estavam desligados.
Surpresa
Causando grande repercussão na imprensa ao longo da semana, a lista de Janot contém pedidos de abertura de inquérito contra políticos suspeitos de envolvimento com a Lava Jato. Entre eles, parlamentares do PT, PMDB, PP, PSDB e PTB.
Na terça-feira (3), a Procuradoria Geral da República (PGR) entregou os pedidos para serem avaliados pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Também foram enviados seis pedidos de arquivamento relativos a políticos – entre eles, o senador Aécio Neves e o ex-presidente da Câmara Henrique Alves. São pessoas também citadas em delações, mas contra as quais os procuradores consideraram não haver indícios fortes o suficiente para a abertura de inquéritos.
Os nomes citados surgiram a partir dos depoimentos prestados por Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, por meio de delações premiadas negociadas com a Polícia Federal.
Esquema
Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), que divulgou nota para explicar o esquema, os políticos recebiam uma espécie de mensalão – pagamentos mensais a partir de propinas cobradas de contratos com estatal. “O principal (dos inquéritos) trata do esquema de pagamento de propina a agentes políticos responsáveis pela indicação de integrantes de três diretorias da Petrobras. Segundo os depoimentos, os políticos responsáveis pela indicação de Paulo Roberto Costa para Diretoria de Abastecimento da Petrobras recebiam, mensalmente, um percentual do valor de cada contrato firmado pela diretoria, outra parte era destinada a integrantes do PT responsáveis pela indicação de Renato Duque para Diretoria de Serviços. Era essa diretoria que indicava a empreiteira a ser contratada, após o concerto entre as empresas no âmbito do cartel. A PGR informa que, de 2004 a 2011, o PP sustentava a indicação de Paulo Roberto. A partir de 2011, os integrantes do PMDB assumiram a indicação do diretor. Daí porque também passaram a receber uma fatia da propina”, diz a nota.
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