RIO - Dando sinal de que adotará medidas mais duras contra ataques de criminosos a policiais, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse, na manhã deste domingo, que reunirá, nesta segunda-feira, os comandos das polícias Militar e Civil para traçar estratégias de ação contra a recente onda de violência contra agentes públicos de segurança do estado. Em uma semana, cinco PMs foram assassinados em sete dias, sendo que três deles morreram na noite de sábado. Mas o crime organizado não vem atacando apenas policiais: baleado na cabeça na sexta-feira, o cabo do Exército Michel Mikami, de 21 anos, é o primeiro militar morto na Maré desde o início da ocupação do complexo de favelas pela Força de Pacificação, em 5 de abril deste ano.
Beltrame esteve pela manhã de domingo num evento no Maracanãzinho e disse que, a princípio, os últimos ataques a policiais, ocorridos na noite de sábado, foram “tentativas de assalto”.
— O que a gente tem a principio foram tentativas de assalto, mas isso não interessa para nós. São policiais, servidores do Estado e nós vamos atrás do autores. Teremos uma reunião das polícias Militar e Civil, onde pretendemos articular algumas ações — disse Beltrame.
Num discurso enfático, ao falar sobre os ataques do tráfico, o secretário cobrou uma divisão de responsabilidades: disse que o trabalho pela segurança no Rio depende da atuação conjunta de todas as esferas de governo e dos poderes Legislativo e Judiciário.
— Gostaria também de dizer, neste momento, que precisamos de ações institucionais articuladas. Precisamos do Legislativo, do Judiciário, do sistema prisional, de um trabalho forte em fronteira, de segurança primária e de ações fortes em relação a menores infratores— afirmou Beltrame, que, em outras ocasiões, conclamou a sociedade a discutir a maioridade penal.
Em entrevista à Globonews, o relações públicas da Polícia Militar, coronel Cláudio Costa, disse que não há relação entre as mortes dos policiais ocorrida no sábado. Ele também descartou a possibilidade de facções criminosas terem ordenado esses ataques.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança informou que acompanha o trabalho das Delegacias de Homicídios da Capital e da Baixada Fluminense “de investigar e identificar os responsáveis pelas recentes mortes de policiais militares”. No comunicado diz ainda que “de acordo com a Subsecretaria de Inteligência da Seseg, não há informações de que existam ordens oriundas de presídios para ataques a PMs ou de que os casos ocorridos nos últimos dias possuam relação entre si”.
Com os crimes de sábado, sobe para 105 o número de policiais militares mortos este ano. Dezessete foram assassinados durante o serviço. Em 2013, foram registrados 129 homicídios de PMs, sendo que 18 estavam trabalhando quando perderam a vida. Pelas redes sociais, policiais civis e militares protestaram neste domingo contra a onda de ataques e começaram a divulgar a manifestação “A vida do policial é sagrada como toda vida é”, marcada para o próximo dia 14, às 9h, no Posto 6, em Copacabana.
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