A valorização profissional, o aumento do efetivo policial e investimentos para melhorar as condições de trabalho e a prestação de serviços à sociedade são algumas das ações que o candidato ao governo de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT) pretende implantar em sua administração para reverter os índices negativos da segurança pública no estado. Durante entrevista ao vivo nesta quarta-feira (17.09) no MTTV 1ª Edição, da TV Centro América, o líder da oposição apresentou seus compromissos com a segurança, saúde, educação e pavimentação de estradas.
Ao abordar os números da segurança, Pedro Taques mostrou conhecimento sobre os números de Mato Grosso. Segundo ele, o efetivo de 6.500 policiais militares precisa ser dobrado. O incremento em pessoal, segundo ele, deve ocorrer também na Polícia Civil, que precisa de mais 125 delegados, 620 escrivães de polícia e mais investigadores. Além disso, ele citou que o Estado precisa de três mil bombeiros, possuindo hoje pouco mais de 900.
Para solucionar este déficit, o pedetista planeja convocar concursados do cadastro de reserva e promover novos concursos nos próximos anos. “Nós faremos concurso, sim, a cada ano, para que possamos chegar ao final dos primeiros três anos com um número de policiais ao menos que seja razoável. Mais do que nós falarmos do número de policiais, precisamos dar condições para que eles possam exercer as suas atribuições com decência, humanizando a segurança pública”, afirmou Pedro Taques.
O plano de governo do candidato destaca que o déficit no efetivo prejudica a qualidade de trabalho. Como o número é reduzido, os policiais precisam muitas vezes dobrar a jornada de trabalho. Além do pouco efetivo, as condições de trabalho, com alimentação ruim, equipamentos como viaturas, armamento e coletes defasados, também gera instabilidade e falta de confiança para o trabalho.
"No nosso programa de governo temos a valorização do policial, por exemplo, com a habitação; temos a valorização do policial com tratamento médico diferenciado, porque hoje, em Mato Grosso, nós temos muitos policiais com problemas de dependência química, dependência alcoólica, separação, divórcio, desagregando a família em razão do estresse. Polícia tem que ser tratada desta maneira, não só com salário, mas também com dignidade, para que ele possa exercer a sua atribuição”, afirmou no MTTV.
Para afastar os jovens da criminalidade, o pedetista planeja escolas atrativas, com benefícios para que os alunos e também os professores tenham prazer em estar no ambiente escolar.
Saúde – Entre os compromissos firmados com o setor de saúde, Pedro Taques destacou durante a entrevista a construção de um hospital em Cuiabá com, no mínimo, 350 leitos, custando cerca de R$ 45 milhões, e investimentos em atenção básica nos municípios. “É possível fazer, sim, e nós faremos. Com o fortalecimento da atenção primária, da atenção básica, fortalecimento dos hospitais regionais para que eles funcionem com dignidade, sem as OSSs, e com a construção do hospital regional aqui em Cuiabá, nós resolveremos os problemas de saúde”, afirmou.
Fethab – Outro compromisso firmado por Pedro Taques foi a conclusão do programa de pavimentação das estradas e a correta aplicação dos recursos do Fethab. “Mato Grosso contraiu R$ 1,5 bilhão do BNDES do chamado MT Integrado, que vai ser pago em 12 anos com 24 meses de carência. Além de terminar as obras do MT Integrado, vamos melhorar o MT Integrado para que tenhamos estradas pavimentadas”, ressaltou.
Veja a íntegra da entrevista:
Marina Martins - Bom dia, candidato.
Pedro Taques - Bom dia.
Marina Martins - A primeira pergunta é: na última pesquisa Ibope os eleitores elegeram a segurança como uma das principais, das três principais preocupações. No seu plano de governo, uma das propostas nesta área é ter um número adequado de profissionais e bem remunerados. O que seria, candidato, um número adequado?
Pedro Taques - Muito obrigado por esta pergunta.
Marina Martins - O seu tempo começa a ser contado a partir de agora.
Pedro Taques - Segurança não é só polícia. É também polícia. Precisamos evitar a prática de crimes e no nosso programa também existe a criação de oportunidades para que o cidadão não pratique o crime. Nós precisamos de polícia. Mato Grosso tem hoje 6.500 policiais militares. Precisamos de mais 6 mil policiais militares. E nós vamos chamar aqueles concursados do cadastro de reserva. Mato Grosso tem hoje pouco mais de 900 bombeiros. Precisamos de mais 3 mil bombeiros. Nós temos hoje, precisamos de mais 125 delegados de polícia, mais 620 escrivães de polícia, mais investigadores. Mais do que nós falarmos do número de policiais, precisamos dar condições para que eles possam exercer as suas atribuições com decência, humanizando a segurança pública.
Marina Martins - Como contratar tantos policiais? Em alguns casos é mais do que o dobro.
Pedro Taques - É mais do que o dobro. O Distrito Federal tem 15 mil policiais militares. Mato Grosso tem 6.500. E o Distrito Federal tem uma população menor que a nossa e um território menor.
Marina Martins - Teriam que ser feitos concursos?
Pedro Taques - Teriam que ser feitos concursos, mas aí nós não poderíamos mentir ao cidadão. A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece regras para admissão de servidores tendo em conta o orçamento, a receita corrente líquida. Nós faremos concurso, sim, a cada ano, para que possamos chegar ao final dos primeiros três anos com um número de policiais ao menos que seja razoável. Hoje, não é só a questão do número de policiais, mas também eles não têm armamento, coletes à prova de bala vencidos. O próprio uniforme da Polícia Militar, os policiais não concordam com a sua cor. Isso tem um significado na segurança. E a segurança pública não é só a Polícia Militar. É a Polícia Militar, é a Polícia Civil, porque precisamos valorizar os delegados, os escrivães, os agentes. É a Politec. Precisamos de laboratórios para que a polícia técnica possa funcionar. É também o sistema prisional. No nosso programa de governo nós temos compromissos com o cidadão. Fronteira: lá no Gefron nós vamos criar em Porto Esperidião uma delegacia da Polícia Civil que funcione como nós todos desejamos. E fortalecer o número de policiais na fronteira para evitar que a droga entre, que o carro roubado saia e nós tenhamos aqui em Mato Grosso um dos estados mais violentos do Brasil.
Marina Martins - Candidato, em relação à remuneração, o que o senhor consideraria, por exemplo, uma boa remuneração para um Policial Militar em início de carreira?
Pedro Taques - Sim, o Distrito Federal hoje paga a melhor remuneração. Nós precisamos com o tempo ir aumentando o valor deste salário.
Marina Martins - Mato Grosso paga R$ 2.600 para um policial em início de carreira. De quanto seria?
Pedro Taques - Primeiro, nós temos que diminuir a diferença entre os policiais militares de início de carreira e aqueles que estão no final da carreira sem prejudicar direitos adquiridos de quem quer que seja, R$ 3.500 a R$ 3.550, mas criando outras formas de complementação desta renda. No nosso programa de governo nós temos a valorização do policial, por exemplo, com a habitação, temos a valorização do policial com tratamento médico diferenciado, porque hoje, em Mato Grosso, nós temos muitos policiais com problemas de dependência química, dependência alcoólica, separação, divórcio, desagregando a família em razão do estresse. Polícia tem que ser tratada desta maneira, não só com salário, mas também com dignidade para que ele possa exercer a sua atribuição.
Marina Martins - Um outro problema com relação à segurança é esse que a nossa colega Adriana Garcia vai perguntar.
Adriana Garcia - Oi candidato, bom dia, sou Adriana Garcia, editora regional em Rondonópolis, da TV Centro América. Rondonópolis, que conta hoje com uma unidade socioeducativa, porém sem estrutura, super abarrotada. Em praticamente todo o interior, a região Sul do estado, principalmente, não existem unidades para atender esses menores. Por isso, quando algum é apreendido na região, acaba vindo para Rondonópolis e superlotando ainda mais a estrutura. O que o senhor pretende fazer para resolver esse problema?
Pedro Taques - Adriana, muito obrigado por esta pergunta. Quero mandar um abraço para a região Sul do estado de Mato Grosso, uma região que se desenvolve, mas precisa ter mais polícia ali na região Sul. Sobre crianças e adolescentes. Lugar de criança é na escola. Nós transformaremos a escola em um novo espaço de saber. A escola colaborando para que a criança ou adolescente não entre no mundo do crime.
Marina Martins - Mas e em relação ao socioeducativo?
Pedro Taques - Socioeducativo. Precisamos de mais centros de ressocialização, mais socioeducativos. O estado de Mato Grosso tem muito pouco. E, se você me permite, as várias denominações religiosas podem colaborar muito firme. No Senado eu defendi que as várias denominações religiosas contribuam para que a criança e o adolescente não entre no mundo da droga. Em Lucas do Rio Verde está sendo construída uma unidade socioeducativa para atender Lucas, Mutum e Sorriso, com 19 vagas. Precisamos de mais vagas.
Marina Martins - E na região Sul, que a Adriana perguntou?
Pedro Taques - Na região Sul do estado precisamos fortalecer este centro de Rondonópolis com mais vagas. A questão não é construirmos, mas darmos mais vagas para que o cidadão possa ter o seu filho, criança, adolescente com tratamento que seja mais digno.
Marina Martins - Mas o senhor não respondeu a pergunta do centro socioeducativo. Serão criados novos centros socioeducativos?
Pedro Taques - Você vai me desculpar, mas eu respondi, sim. Mais do que vagas nós precisamos criar outros centros socioeducativos...
Marina Martins - Na região Sul do estado?
Pedro Taques - Não só na região Sul do estado. Eu não quero ser o governador da região Sul, quero ser o governador do estado de Mato Grosso. Este é um problema não só da região Sul. Se você fechar os olhos aqui em Cuiabá e for em qualquer município do estado, é o mesmo problema, é o mesmo problema que nós percebemos em Confresa, em Colniza. Especificamente sobre a região Sul do estado de Mato Grosso, vamos criar um centro que tenha condições e vagas e atendimento para dar dignidade àquelas crianças e os adolescentes. E aliás, se você me permite, mais uma vez, aqui a escola pode ser instrumento de prevenção para que nós possamos cada vez mais criar centros socioeducativos.
Marina Martins - Candidato, vamos parar o cronômetro a partir de agora. Vamos ao intervalo e a gente volta logo mais com a continuação da entrevista.
Marina Martins - Voltamos com a nossa entrevista ao vivo com o candidato a governador pelo PDT, Pedro Taques, lembrando que o nosso tempo total será de 10 minutos. Para começar este bloco, uma pergunta que vem da região Sudoeste do estado.
Kátia Krüger - O senhor propõe no seu plano de governo pavimentar as rodovias estaduais. Quais são os trechos prioritários e os recursos para isso? Lembrando que os recursos do Fethab o senhor só terá metade, já que a outra metade vai para os municípios. A alternativa seria orçamento, empréstimo ou concessão?
Marina Martins - O seu tempo, candidato, volta a ser contado a partir de agora.
Pedro Taques - Eu quero mandar um abraço para Tangará da Serra. Aí, especificamente em Tangará, nós precisamos pavimentar a rodovia que liga Tangará até Porto Estrela para que possamos fazer com que a produção do Chapadão dos Parecis chegue até Cáceres, aí seja exportada pelo porto de Santo Antônio das Lendas. E precisamos também asfaltar, pavimentar de Tangará da Serra até Salto do Céu porque aí nós vamos resolver a questão do assentamento Antônio Conselheiro. Recursos para isso: recursos do Fethab, que foi criado lá atrás, em 2001, e hoje são R$ 900 milhões por ano e foi aprovada uma lei este ano que passa 50% para os municípios. Vamos cumprir o que determina a lei. Além disso, Mato Grosso contraiu R$ 1,5 bilhão do BNDES do chamado MT Integrado, que vai ser pago em 12 anos com 24 meses de carência. Nós vamos além de terminar as obras do MT Integrado, que serão pagas, aí pra frente, nós vamos melhorar o MT Integrado para que tenhamos estradas pavimentadas. Concessões: sou favorável a concessões, sim. A iniciativa privada, através das parcerias, devem necessariamente contribuir, como ocorreu na região de Lucas, Tapurah, Ipiranga e Itanhangá. Estas duas estradas, estas duas rodovias são significativas para a nossa região: Tangará até Porto Estrela, Porto Estrela até Cáceres; Tangará até Salto do Céu passando pelo assentamento Antônio Conselheiro.
Marina Martins - Vamos agora a uma pergunta da região Norte do estado.
Carol Fazzio - Ainda falando em saúde, a dengue e a gripe H1N1 preocupam a população. Se eleito, o que o senhor faria de imediato para reduzir os casos de dengue no estado?
Pedro Taques - Muito obrigado por esta pergunta. O estado de Mato Grosso, em 2012, aprovou na Assembleia Legislativa uma lei cortando 50% do repasse para os municípios para a chamada atenção básica, atenção primária. Nós vamos investir fortemente na atenção básica, atenção primária, desde o início do nosso mandato. Se for pela vontade de Deus e do nosso povo, eu serei o próximo governador deste estado e manterei e aumentarei o repasse para os municípios, porque dengue, leishmaniose, tuberculose, lepra que Mato Grosso hoje infelizmente para nos envergonhar é o estado campeão destas doenças, que se resolvem na atenção básica, na atenção primária. Mato Grosso nos envergonha nisso. Nós vamos investir firmemente na atenção primária e não vamos nos esquecer do hospital regional de Sinop, que aliás foi inaugurado em 2008 e este governo ainda não terminou, não conseguiu mobiliar e equipar todo o hospital regional. Uma parte do hospital regional de Sinop está sendo mantida pela Organização Santo Antônio. Aí em Sinop nós temos situações de falta de maternidade, falta de UTI materno-infantil, recentemente uma criança em Santa Carmem, ali perto de Sinop, morreu por falta de UTI.
Marina Martins - E o senhor vai concluir tudo isso?
Pedro Taques - Nós vamos concluir tudo isso porque nós precisamos fortalecer os hospitais regionais, fazer com que eles tenham toda condição para atender a população daquela região, daqueles municípios que estão ao redor de Sinop. Isso, nós vamos também fazer um hospital aqui em Cuiabá com no mínimo 350 leitos custando R$ 45 milhões esse hospital, a mais ou menos R$ 1.500 o metro quadrado, um hospital de 15 mil metros quadrados e mais R$ 55 milhões para mobília e equipamentos. Com recursos do estado. É possível fazer, sim, e nós faremos. Com o fortalecimento da atenção primária, da atenção básica, fortalecimento dos hospitais regionais para que eles funcionem com dignidade, sem as OSs, e com a construção do hospital regional aqui em Cuiabá, um hospital para, no mínimo, 350 leitos, nós...
Marina Martins - Só tem alguns segundos para suas considerações finais.
Pedro Taques - ... nós resolveremos o problema da saúde.
Marina Martins - As suas considerações finais.
Pedro Taques - Eu agradeço a oportunidade e quero pedir voto. Meu nome é Pedro Taques, meu número é 12. Nós queremos um estado mais justo, mais honesto, mais eficiente. Por isso eu preciso do seu voto para que possamos fazer essas transformações. Muito obrigado pela oportunidade de falar com o cidadão mato-grossense.
Marina Martins - Ok, candidato. Obrigado pela sua participação. Bom dia.
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