Chegamos aos últimos dias da campanha eleitoral, e talvez essa seja uma das campanhas mais grosseiras que já tenha participado. Inicialmente afirmo que não vou responder a ataques selvagens dirigidos a mim, a minha fé ou a minha família. Não vale a pena, além de cansar, essa prática só leva as pessoas a odiar mais ainda um instrumento tão nobre que é o voto.
Creio que amadurecemos no entendimento de que representantes de classe precisam ter a responsabilidade de unir a classe, e jamais dividi-la. A velha retórica de que para ser aliado da base é preciso ser inimigo da cúpula já está ultrapassada pelo amadurecimento das relações internas. Até porque 90% dos problemas em que somos procurados para resolver tem solução interna. A PMMG e o CBMMG são unos, indivisíveis. As pessoas passam, as Instituições permanecem. Temos problemas comuns a vista que atingirão desde o soldado mais novo até o coronel mais antigo.
A ira e o ódio não podem prevalecer sobre o entendimento entre pessoas civilizadas. Na convergência é preciso ter união e na divergência é preciso ter respeito a opinião contrária. Só a assim havemos de ser fortes, somente unidos podemos proteger a nossa instituição. Esta instituição tem problemas? Obvio que tem, mas nós a amamos, escolhermos fazer parte dela. Isso ficou bem claro na mobilização interna contra a PEC 51.
Usei como mote de campanha o slogan "Polícia Forte". Mas para sermos fortes externamente precisamos primeiro ser fortes internamente. O tempo nos ensinou a construir com os Comandos em todos os níveis uma relação respeitosa, sem contudo separar o papel institucional de cada um, principalmente o do representante de classe que em alguns momentos tem a obrigação institucional de cobrar posicionamentos e reparos. Ser parceiro não significa ser subserviente ou se omitir na defesa de nosso público interno. Creio que conseguimos isso, a Instituição amadureceu no relacionamento com os representantes e estes por sua vez amadureceram no relacionamento com os Comandos. Isso ficou bastante claro quando em conjunto escolhemos mais de 50 unidades para receberem verbas orçamentárias indicadas por mim como Deputado. Venceu a unidade de visão em prol da classe, e reformamos ou melhorarmos várias unidades.
Nestes poucos dias que restam, vamos continuar fazendo uma campanha limpa, sem entrar no jogo do vale tudo, do denuncismo, da agressão e do ódio.O espaço politico dos militares foi construído com sangue, suor e lágrimas. A morte de um colega não pode ser em vão. Essa parte da história não pode ser apequenada. Para hoje ser melhor, muitos já viveram o pior. Para que exista uma disputa enorme para ingressar na corporação através de concursos concorridíssimos, muitos no passado já ouviram a expressão "não estudou vira policial". Foram anos de sofrimento e dor até que a paz voltasse a reinar em nossa caserna e o relacionamento interno fosse pacificado.
Então não vou utilizar este espaço politico para diminuir o nível do debate. Pessoas civilizadas e inteligentes partem para o debate e não para o embate. Isso não quer dizer que vou abrir mão do debate. O farei, mas ele será de ideias e não de pessoas.
Por ser muitas vezes polêmico minha vida sempre foi vigiada com luneta, onde os acertos são diminuídos mas o erros são sempre ampliados. Nenhum líder de classe, seja sindicalista ou representante de qualquer classe se envolveu em embates tão duros como eu me envolvi, sempre buscando o interesse da classe que me tirou do banco de uma viatura e me colocou em lugares de destaque.
Cheguei ao Congresso Nacional com apenas 28 anos de idade, um jovem rapaz sem qualquer tipo de experiência politica, mas cheio de vontade de mudar o mundo. Tive muitos erros e acertos. Erros muito menores que meus adversários tentam sugerir contra mim. Minha vida tem sido revirada de cabo a rabo desde 2002, ou seja 12 anos, e durante todos estes anos estou de pé.
Poderia cansar-lhes discorrendo sobre principio constitucionais de presunção de inocência, litispendência, nulidade, prescrição, ou uma analise jurídica de que quem tem uma ficha suja não pode sequer registrar sua candidatura, mas não vale a pena. Toda campanha é a mesma ladainha. Aprendi com a vida que quem está com você não precisa explicar, quem é contra não adianta explicar.
Lamentavelmente fizeram publicações covardemente anônimas contra um candidato que ao invés de investigar sua origem, a imputou a mim. E partiu para todo tipo de agressão. Ora, vejamos, eu já visitei mais de 200 cidades na campanha e jamais fiz qualquer tipo de critica ou afronta a outros candidatos, quem quer que seja. Desafio qualquer militar a dizer que eu falei mal de alguém em uma de minhas mais de 200 reuniões . Minha retórica é sempre a mesma, "se não querem votar em mim, vote no Sargento Rodrigues ou no Coronel Piccinini, mas votem dentro de casa. Fortaleçam a nossa instituição".
Se eu tenho uma tribuna da Assembleia Legislativa para falar o que desejar seja a favor ou contra quem quer que seja, e se tenho ainda uma garantia constitucional de imunidade total nos crimes de opinião, porque usaria um dos mais mesquinhos instrumentos como estes? Quem me conhece sabe que eu posso pecar por falar demais, mas jamais por falar de menos.
Eu não nasci deputado, não estou disposto a tudo pelo poder. Já fui Deputado Federal por dois mandatos, Líder de Bancada no Congresso Nacional. Jantava trimestralmente com o presidente da República. Já cheguei onde nunca imaginei chegar. Como Vereador fui líder e Secretário Geral da Câmara Municipal. Aproveitei a oportunidade para estudar e fiz duas faculdades, me formando em bacharel em Teologia e Direito. Fiz pós graduação e Mestrado. Meu escritório de advocacia atualmente tem mais de 750 ações patrocinadas. Acham que pra mim o poder pelo poder é tudo? Não é. Não será.
Existem valores maiores que um mandato parlamentar. Isso não quer dizer que não estou trabalhando, estou e muito nesta campanha e tenho a certeza da vitória do 15.190.
A duras penas e depois de perdas descobri que minha família é meu maior patrimônio. Estou vivendo um momento mágico e especial em minha vida, a vinda do GUGU, meu caçula. Isso vale mais do que qualquer mandato no mundo. O que quero com isso? Mostrar que eu estou muito, muito, muito feliz. Vivendo o melhor momento de minha vida. Não vou deixar a politica ser o bem maior da minha vida.
Creio que Jesus não morreu na cruz pelos são, pelos perfeitos, mas pelos doentes e pecadores. Eu sou um. Peco muito, mas luto para não pecar. Luto todos os dias para não permanecer nele, para ser um bom patrão, um bom pai, um bom marido, um bom amigo, um bom representante de classe. Aos que a todo momento ficam gastando tempo em me acusar de meus pecados, percam tempo não, o diabo já faz isso a todo tempo, afinal ele é o acusador. Mas ao mesmo tempo acredito que o amor de Deus supera o ódio e que o amor, segundo palavras do Apostolo Pedro "cobre uma multidão de pecados".
Termino agradecendo a cada colega que nos recebeu em sua cidade, e pelo carinho recebido. Peço desculpas pela falta de material na campanha. Por não ter conseguido ir em todas as cidades em que fui convidado. Aos colegas que se engajaram na campanha sem receber um só tostão, mas somente pela amizade a minha gratidão eterna. Ao meu amigo, meu irmão, ao meu Deputado Federal Cabo Coelho, que andamos juntos por todos estes rincões do Estado, em estradas de chão, abrindo porteiras, o meu agradecimento pela ajuda e pela paciência.
Ao meu Deus todo poderoso o meu agradecimento por nunca desistir de mim. Mesmo nos momentos em que minha fé falhava diante do cansaço e do desânimo, Deus nunca me abandonou. A minha igreja, meu muito obrigado por ter me coberto de orações, por orar por mim e por minha família sem cessar.
A minha equipe de trabalho que sempre me deu suporte para trabalhar o meu agradecimento, em especial ao Sargento Lobão que matava no peito cada problema para que ele chegasse diluído pra mim. E a minha eterna amiga, e mais policial do que muito policial, Renata Pimenta. Sua amizade e nossa troca de informações em prol da classe foram fundamentais. Você é a "cara".
E enfim, a minha família. A minha esposa que praticamente não teve marido neste últimos três meses, obrigado pela sabedoria em me acalmar quando chegava em casa no limite do stress. Aos meus filhos maiores, em especial ao Brunão, que largou seu trabalho em Brasília no staff do Vice Presidente da República Michel Temer para vir para Minas Gerais para me ajudar e está visitando várias cidades, meu agradecimento. Filho, te amo.
Obrigado a todos, até a vitória.
Deputado Estadual CABO JULIO - 15.190
Read more at http://blogdocabojulio.blogspot.com/2014/09/carta-aberta-aos-militares-mineiros.html#j60Q2dODF4Kvi56H.99
0 Comentários
Deixe aqui sua opinião acerca da publicação acima.