Candidatos a vagas na Polícia Militar reclamam de irregularidades no concurso da corporação, realizado neste domingo (31). A principal queixa é de que conteúdos não indicados no edital foram cobrados nas provas de história e informática do exame. Usuários ainda denunciaram que concorrentes postaram fotos do cartão resposta durante a prova nas redes sociais.
A Polícia Militar confirmou que dois candidatos foram expulsos do concurso no domingo por terem entrado com celular escondido e publicado imagens da prova nas redes sociais. Segundo a corporação, o exame é organizado pela empresa Exatus, contratada após licitação. A PM afirma que se forem comprovadas falhas, a companhia responsável será multada, de acordo com a Lei das Licitações. O concurso para soldado da PM oferecia 6 mil vagas, segundo o edital, e teve cerca de 105 mil concorrentes.
“Nós queríamos que cancelasse a prova. A prova começaria 13h. Atrasou e já começou quase 14h. Para uma prova de nível médio estava dificílima. Um grupo está até organizando uma passeata para o dia 14 para reclamar da prova”, disse um candidato, que não quis se identificar. Ele se prepara para o concurso desde 2012.
De acordo com o edital, a prova de informática cobraria conhecimentos do Microsoft Office – pacote de programas básicos de computador - de 2007. No entanto, os concorrentes alegam que o exame exigia conhecimentos da versão 2013. A prova de história também teria tido questões sobre acontecimentos anteriores ao período publicado no edital.
Para o professor Rafael Eugênio Vieira, dono de um curso preparatório para concursos públicos há 10 anos, além das questões não condizentes com o edital, o grau de dificuldade foi acima do comum para um concurso de nível médio.
“Na prova de informática, as questões de Excel são de nível superior. Cai em provas para Fiscal da Receita e Polícia Federal. Em história aconteceu algo tão absurdo quanto, caiu a Batalha de Jenipapo. Eu sou pesquisador de provas de concursos e isso nunca caiu em concurso nenhum. Não tem nem em livro didático. A PM deve ter feito algum pedido para a prova ser difícil. Essa banca (Exatus) fugiu completamente do parâmetro de outras provas que ela já fez”, disse o professor.
Governador diz estar 'atento'
No fim da noite de segunda-feira (1º), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse estar atento às possíveis falhas no concurso da PM e que vai contratar mais policiais e aperfeiçoar seus treinamentos, através de sua página no Facebook.
“Se forem constatadas (as irreguladirade), estas serão reunidas em um relatório que será enviado, quarta-feira, para o Centro de Recrutamento e Seleção de Praças (CRSP), e este repassará à Diretoria de Logística (DL), setor da PM responsável pelas licitações. Caso fique provada qualquer irregularidade a empresa será punida conforme prevê a lei”, postou o governador.
O G1 tentou entrar em contato com a Exatus, mas não obteve sucesso até a publicação desta reportagem.
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