142 agentes de segurança morreram em serviço em MG


Último registro ocorreu na sexta-feira, quando um militar se matou dentro de uma cela do 1º Batalhão


FREDERICO HAIKAL
policiais
Policiais exigem melhores condições de trabalho
Durante manifestação realizada por policiais militares e civis, nesta terça-feira (1º), na Assembleia Legislativa, o deputado Sargento Rodrigues (PDT), cobrou um posicionamento do secretário secretário de Estado da Defesa Social, Lafayette Andrada. Ele revelou que, em Minas, de 2003 até esta terça-feira (1º), 142 policiais - militares, civis, bombeiros e agentes penitenciários -, morreram em serviço.

Ex-comandante da viatura da Rotam em 14 de março de 1993, Rodrigues e o então soldado Cleives Xavier, foram atender a uma ocorrência de denúncia de estupro de uma menina, na Vila Ventosa, e foram recebidos a bala no local. Cleives, que foi baleado, ficou paraplégico e esteve na manifestação simbolizando os policiais da Rotam que também podem ser tornar vítimas.

O advogado Ricardo Gil de Oliveira Guimarães informou que vai pedir a revogação da prisão preventiva decretadas pela Justiça Militar dos militares Jason Ferreira Paschoalino, Adelmo Felipe de Paula Zuccheratte e Jonas David Rosa. Os três policiais, suspeitos de envolvimento nas mortes do técnico em enfermagem Renilson Veriano da Silva, 39 anos, e do estudante Jefferson Coelho da Silva, 17, no Aglomerado da Serra, Região Centro-Sul de BH, continuam detidos em batalhões da PM. O Boletim de Ocorrência (B.O.) coloca as vítimas com integrantes de um grupo de traficantes. Revoltados com a morte dos vizinhos, moradores acusaram os PMs de assassinos e deram início a uma série de protestos. Outras versões para as mortes estão sendo apuradas pelas Corregedoria da Polícia Militar e da Polícia Civil e também pelo Ministério Público.

Nesta terça, o juiz sumariante do I Tribunal do Júri de Belo Horizonte, Guilherme Queiroz Lacerda, também decretou a prisão temporária, válida por 30 dias, dos policiais militares Jason Paschoalino e Jonas Rosa. O juiz considerou que, além dos indícios de envolvimento “em grave delito de homicídio qualificado”, a liberdade dos acusados, por enquanto, pode gerar temor para as testemunhas que estão sendo ouvidas durante a instrução do inquérito. O pedido de prisão temporária foi feito pelo delegado que preside o inquérito e teve parecer favorável do Ministério Público (MP).

Um dia após a prisão dos militares, o laudo da necropsia apontou que as vítimas foram atingidas por dois tiros no peito, disparados de uma arma de grosso calibre, a curta distância. Na sexta-feira (25), o cabo Fábio de Oliveira, 45 anos, que também foi detido suspeito de envolvimento na execução da dupla, foi encontrado morto em uma cela do 1º Batalhão da PM, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte. O caso também está sendo investigado. Há indícios de suicídio, mas nem a PM, que nega queima de arquivo, descarta outras possibilidades. O cabo foi encontrado enforcado com o cordão do calção, que estava amarrado na torneira do chuveiro da cela que ele ocupava sozinho.

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