O chefe de comunicação da Polícia Militar (PM), tenente-coronel Alberto Luís Fábio, revelou que o cabo se enforcou dentro da cela com o cordão do short. Ele foi encontrado às 7h30, quando o café da manhã era servido. No 1º BPM, onde aconteceu a morte, estão o advogado do militar morto, Agnaldo Aquino, além do coronel Antônio de Carvalho Pereira, comandante do Comando de Policiamento Especializado (CPE) e um rabecão da Polícia Civil que irá levar o corpo para necropsia no Instituto Médico Legal. Representantes da Associação dos Praças e Soldados e do Centro Social dos Cabos e Soldados da PM também aguardam informações sobre o caso.
O advogado Agnaldo Aquino, pouco antes de entrar no batalhão, contou à imprensa que esteve com seu cliente na quinta-feira por volta de 18 horas e que ele estava tranquilo, mas se sentia angustiado, com medo de ser condenado. Fábio Oliveira e os outros policiais militares envolvidos nas mortes na Vila Marçola, no Aglomerado da Serra, foram presos na tarde de quarta-feira (23), depois de passarem por exames do IML.
Permanecem presos em outros batalhões os demais suspeitos: o soldado Jason Ferreira Paschoalino, no 36º Batalhão (Vespasiano), Jonas David Rosa, no 39º BPM (Contagem), e Adelmo de Paula Zucheratti, no 5º BPM (Gameleira, Região Oeste de BH).
Na quinta-feira, o laudo da necropsia realizado pela Polícia Civil apontou que Jefferson Coelho da Silva e Renilson Veriano da Silva foram atingidos por dois tiros no peito, disparados de uma arma de grosso calibre a curta distância.
Oliveira tinha 23 anos de polícia e deixa dois filhos jovens
Há 23 anos na Polícia Militar, o cabo Fábio de Oliveira, 45 anos, deixou uma filha de 14 anos e um filho de 21. O militar estava na Rotam desde 1990.
Em clima de revolta, o cunhado dele, Rogério Magno de Oliveira, falou com a imprensa e culpou o secretário de defesa social, Lafayette Andrada, pelo suicídio de Oliveira. "Ele é um ignorante, tratou os militares como bandidos. Errados ou não, eles estavam trabalhando. Fábio foi execrado pelo governo", afirmou.
Polícia Civil ouve 18 testemunhas do duplo homicídio
Três testemunhas foram ouvidas nesta sexta-feira (25) no Departamento de Investigações (D.I.). Elas se juntam às outras 15 pessoas, entre parentes, amigos e moradores do Aglomerado da Serra, que já foram interrogadas nos últimos dois dias. Outras três testemunhas ainda devem ser ouvidas hoje pela Polícia Civil.
O primo das vítimas, o DJ Marcelo Emiliano Júnior, 27 anos, falou com a imprensa antes de entrar no D.I. e revelou não guardar rancor. "Eu não falo pela família, mas particularmente eu perdoo os policiais. Mas o crime deve servir de exemplo para mudar a abordagem da Rotam, que já matou outras moradores do Aglomerado", afirmou.
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