Em Minas, 60 agressores de mulheres são presos por mês

No primeiro semestre de 2010, 368 agressores de mulheres foram presos em Minas Gerais, uma média mensal de 61. Os números são Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e foram relatados nesta quinta-feira (12/8/10) pela delegada-chefe da Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente de Belo Horizonte, Olívia de Fátima Braga Melo, durante sua exposição no Fórum Técnico Segurança Pública: Drogas, Criminalidade e Violência, organizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

A delegada Olívia Melo foi uma das cinco expositoras do segundo painel de debates realizado na manhã desta quinta, sobre o tema "Direitos Fundamentais, Grupos Vulneráveis e Violências". Os dados revelados pela delegada também reforçam a preocupação com as drogas no Estado. Segundo Olívia Melo, 22,5% dos atos infracionais registrados pela Polícia Civil em 2009 referem-se ao uso de drogas, e 22% ao tráfico. São os dois tipos de infrações mais frequentes.
Olívia Melo descreveu ainda a estrutura da Polícia Civil para proteção às mulheres, idosos, crianças e adolescentes. Minas Gerais implantou, em junho de 2009, o primeiro plantão 24 horas para atendimento à mulher agredida. Em dezembro, está prevista a conclusão de um novo centro para essa função. De janeiro a julho de 2010, segundo Olívia, foram 2.307 inquéritos concluídos pela Deam. Outro destaque, em Minas, é o Centro de Atendimento Integrado ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA), que centralizou e agilizou a apuração de ocorrências envolvendo menores, assim como a aplicação de medidas socioeducativas.
Violência doméstica - O secretário Especial de Direitos Humanos e presidente da Comissão municipal de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, José Gregori, que foi ministro da Justiça de 2000 a 2002, defendeu a valorização dos direitos humanos no espaço doméstico. "Ponto fundamental hoje é a família, não importando a configuração que tenha. É preciso partir desse núcleo inicial", afirmou.
Segundo ele, em São Paulo estão sendo feitas experiências com a criação de unidades de conscientização domésticas, atuando ainda na mediação de conflitos. Na avaliação de Gregori, a luta pelos direitos humanos trouxe grandes avanços para a sociedade no mundo inteiro. No entanto, ele enfatizou que não é possível olhar apenas para os ganhos alcançados: "O Brasil é um País violento. Canudos diz isso; os jornais mostram isso diariamente", concluiu.




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